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O teatro tem decepcionado o próprio teatro. Não é novidade que a televisão dita comportamentos e "modas"(isso já há muito tempo), e que uma das buscas do artista é provocar interesse em tirar o sujeito da poltrona confortável de sua casa, e conduzi-lo ao teatro para entretê-lo de uma maneira mais viva, e provocar a reflexão se possível e se quiser. O teatro sobrevive há séculos e muita gente não se dá conta disso. Sobrevive porque é um contato único, imediato e intransferível com o espectador. Acontece ali naquele instante e não se repete nunca mais.
E o teatro vive uma terrível época. Os próprios artistas tem preguiça de teatro. Fomos vencidos pelo que dizemos combater. O artista hoje é ocioso, faz de tudo para não ir ao teatro; não quer desligar o celular na hora de ver um espetáculo, também não está afim de compreender nada nem está disposto a conhecer formas diferentes de teatro. Já senta na platéia procurando defeitos; não quer gostar; não admite o que é bom, por pura inveja ou desconhecimento do que está sendo dito. A união da classe é uma fachada; muitos inclusive, querem fazer teatro como "ponte" para a "Malhação". A “pagação” para supostos “gênios do teatro” fazendo com que o ator se submeta a processos de 2 anos sem ganhar um centavo, tratados como atorzinhos. Endeusando mortais!!! Onde está a dignidade e o respeito???
Domingo fizemos “Otimismo” para 15 pessoas. Foi nosso menor público, mas foi um bom espetáculo. Voltaire produzia textos debochados, cínicos, com piadas inteligentes...reproduzimos o deboche no palco. É isso. É só isso.
As pessoas não tem ido ao teatro, não só no nosso, no de muita gente. Como podemos querer público, se nem os envolvidos diretamente com a profissão, estão interessados em freqüentá-lo?

O coringa não quer dinheiro, quer o caos!