quarta-feira, 27 de agosto de 2008

...eles odeiam qualquer um que tenha sucesso...

Na foto: Celso Tourinho; Marauê Carneiro; Ricardo Gelli e Flávia Tápias em cena de "Otimismo".

O teatro tem decepcionado o próprio teatro. Não é novidade que a televisão dita comportamentos e "modas"(isso já há muito tempo), e que uma das buscas do artista é provocar interesse em tirar o sujeito da poltrona confortável de sua casa, e conduzi-lo ao teatro para entretê-lo de uma maneira mais viva, e provocar a reflexão se possível e se quiser. O teatro sobrevive há séculos e muita gente não se dá conta disso. Sobrevive porque é um contato único, imediato e intransferível com o espectador. Acontece ali naquele instante e não se repete nunca mais.
E o teatro vive uma terrível época. Os próprios artistas tem preguiça de teatro. Fomos vencidos pelo que dizemos combater. O artista hoje é ocioso, faz de tudo para não ir ao teatro; não quer desligar o celular na hora de ver um espetáculo, também não está afim de compreender nada nem está disposto a conhecer formas diferentes de teatro. Já senta na platéia procurando defeitos; não quer gostar; não admite o que é bom, por pura inveja ou desconhecimento do que está sendo dito. A união da classe é uma fachada; muitos inclusive, querem fazer teatro como "ponte" para a "Malhação". A “pagação” para supostos “gênios do teatro” fazendo com que o ator se submeta a processos de 2 anos sem ganhar um centavo, tratados como atorzinhos. Endeusando mortais!!! Onde está a dignidade e o respeito???

Domingo fizemos “Otimismo” para 15 pessoas. Foi nosso menor público, mas foi um bom espetáculo. Voltaire produzia textos debochados, cínicos, com piadas inteligentes...reproduzimos o deboche no palco. É isso. É só isso.
As pessoas não tem ido ao teatro, não só no nosso, no de muita gente. Como podemos querer público, se nem os envolvidos diretamente com a profissão, estão interessados em freqüentá-lo?



Outro dia li numa matéria que o filme novo do Batman (O cavaleiro das trevas), aquele com o Heath Ledger, estava sendo um fracasso de bilheteria perto de um outro, o tal retorno da Múmia, sei lá o nome. Eu fui ver o Batman, esperando um Blockbuster convencional. Estava afim de me divertir e é claro, curioso para ver a performance do finado ator fazendo o Coringa. O que eu encontrei foi um filme maravilhoso, com um roteiro perfeito, atores excelentes, e o que é melhor, nada convencional. Não é um Blockbuster, não tem um final feliz e é muito mais complexo do que parece. É uma torta na cara, isso sim! Daí entendi por que o filme não fez tanto sucesso. Porque ele não provoca aquela sensação de descanso que muita gente procura, de pura diversão. Ele vai contra o que o público de um filme de Blockbuster quer ver. Ele tem uma mensagem mais profunda, que muitos não devem entender porque não querem entender. Não estão dispostos a se surpreender. Por isso as pessoas não tem ido assisti-lo. Assim acontece com o teatro também.

O coringa não quer dinheiro, quer o caos!

6 comentários:

Rebeca Ukstin disse...

visite o blog...

www.rebecaervas.blogspot.com

abraços e muita merda!

muito bonito o blog de vcs e muito interessante tb!

...
rebeca ukstin

Anônimo disse...

Valew!! Volte sempre!

Anônimo disse...

'Não QUEREM entender'. Vc. disse tudo.
bjão.

Anônimo disse...

Pois é. Bjos!!

Ricardo Gelli disse...

É meu camarada!! Somos guerreirtos medievais lutando contra armas quimicas! muito bom o texto Ralph!
Vamo que vamo!

Anônimo disse...

Valew!! Vamô q vamô!!!